terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Morte da Lembrança

O Fórum de Arte Funerária e Patrimônio de Porto Alegre teve como foco o Cemitério São José. Foi abordado o problema de que diversos túmulos antigos foram removidos do local para a criação de um crematório e de um inexplicável e grande estacionamento. Perdemos diversos jazigos com obras importantes e de grandes personalidades, felizmente alguns ainda resistem, como é o caso de José Lutzenberger. Aponto que tal atitude tomada pela nova direção da necrópole é característica da contemporaneidade aonde tudo tem que ser esquecido ou removido para trazer o "progresso da atualidade". A morte está totalmente rejeitada e estigmatizada pelo mundo moderno. É triste encararmos assim a vida e esquecer a história de antepassados. Deixo uma citação de um texto da Luiza que elenca exatamente o que me refiro:



Quando um cemitério é desertificado, percebemos que em um mundo pós-moderno e voraz, a reclusão que a morte exige não deve ser vivenciada, pois se torna um contratempo, um imprevisto, um desvio do convite constante aos apelos do consumo, da publicidade e do espetáculo.

Retirado de:

CARVALHO, Luiza Fabiana Neitzke de. Memória lapidar ameaçada: obras da Casa Aloys nas necrópoles São José I e II de Porto Alegre. Porto Alegre, 2010.

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