sexta-feira, 17 de julho de 2009

A Coluna Partida

A coluna grega é muito utilizada na arte funerária. Desde mausoléus até a sua presença solo. Ela representa a força de sustentação da vida. Porém, a forma mais interessante que é presenciada nos campos santos é partida.

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A coluna partida tem uma certa referência da maçonaria. Nos cemitérios da capital existem alguns casos. Ela basicamente tem dois significados:

1) Simboliza a morte de uma pessoa jovem. Praticamente não foi encontrado túmulo com essa referência em Porto Alegre.

2) A morte do patriarca. Essa simbologia é vastamente abordada nos cemitérios da capital. A coluna partida representa o pai de família falecido, visto que, ele era a "coluna" que sustentava a família.

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Vale ressaltar que muitas vezes é difícil identificar a coluna partida nos cemitérios de Porto Alegre. Isso acontece devido ao fato que muitas colunas parecem estar inteiras. A representação correta deveria ser feita com um pedaço caído perto da escultura, facilitando sua leitura. No cemitério da Santa Casa existe apenas uma nesse estilo: a do Dr. Augusto Alvares da Cunha.

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Exemplo de jazigo de coluna partida sem o pedaço caído:
Túmulo de Dr. Augusto Alvares da Cunha com o pedaço da coluna aparecendo:


segunda-feira, 6 de julho de 2009

O Jazigo de José Lutzenberger


Joseph Franz Seraph Lutzenberger foi um grande arquiteto e artista plástico do Rio Grande do Sul. Também conhecido por Joseph Lutzenberger Pai, ele desenvolveu diversos projetos como por exemplo: Instituto Pão dos Pobres, a Igreja São José e o Palácio do Comércio (todos esses em Porto Alegre). Seus prédios são destacados por serem de origem eclética e muitos arrojados. Também teve destaque na arte plástica com sua técnica arrojada.

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Na parte antiga do Cemitério São José de Porto Alegre encontra-se seu jazigo. Todo feito em pedra ele apresenta uma cruz, a face de Cristo morto e três placas. O que chama a atenção é a placa central, nela foi moldado em relevo o prédio do Palácio do Comércio e a Igreja São José, as obras primas do arquiteto.Na mesma figura é notada a presença de árvores, elas representam o renascimento do enterrado.



Palácio do Comércio
Igreja São José

domingo, 5 de julho de 2009

A Menina e a Escada para o Paraíso



Sempre a morte de uma criança tem efeitos devastadores para uma família. Nos séculos passados era comum que recém nascidos não durassem muitos dias, acabavam enterrados como indigentes e nem recebiam nome. Em outras culturas quando uma criança morre ela automaticamente transforma-se em "anjinho". Nesse interessante relevo do Cemitério São Miguel e Almas temos um túmulo de uma menina. Ela morreu com quase seis anos (não chegou a completar). Nessa obra temos um pequeno anjo que chama a garota para subir uma escada rumo ao céu. Nota-se a característica infantil de como as flores, montanhas e sol são representadas, assemelhando-se a um desenho infantil. Também a lápide mostra a inocência dela, visto que, levanta a borda de seu vestido de uma maneira despojada. É clara a idéia da salvação pela pureza de sua pouca idade.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A Grande Ascensão

O Cemitério São Miguel e Almas tem uma ala de mausoléus muito interessante. Logo na entrada está o gigante jazigo de uma famosa família de Canoas(prometi ao segurança que seguiria a orientação de não citar nomes, mas quem mora no RS deve ter percebido quem é...). Quando o vi pela primeira vez fiquei impressionado pelo seu gigantismo. A cena que é retratada em seu topo é a ressureição de Cristo. Nela o Messias encontra-se "voando" para o céu em uma altura impressionante. Olhando atentamente percebe-se dois anjos abrindo a cripta. Essa alegoria retrata fielmente a ressureição de Cristo, com direito ao soldado romano caindo e não acreditando. Em síntese, um dos mais magníficos túmulos que já vi!
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Toda essa alegoria retrata a fé cristã da ressureição que é a pedra fundamental na religião. Nota-se uma grande diferença dessa representação com a deposição(que é muito comum nos cemitérios do RS).